Em entrevista concedida na tarde de hoje após audiência na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) “cobrou” reconhecimento pelas obras de infraestrutrua que estão sendo executadas pela atual gestão de Pedro Taques (PSDB). Ele ainda rebateu as alegações da atual gestão de que as leis de carreira aprovadas em 2014 resultaram no estouro do limite de gastos com pessoal estipulado na Lei de Responsabilidade Fiscal. “Eu sou muito criticado por ter muitas execuções de obras, de ações de Governo e de avanço nas carreiras dos servidores. Foi o Governo que mais contratou respeitando a legislação e adotando os procedimentos legais para preencher vagas de funcionários. Só concursados foram 17 mil ou algo próximo deste número", afirmou.
Silval, que está preso há quase 10 meses em decorrência das operações Seven e Sodoma, lembrou que nos quatro anos de gestão não atrasou salários nem pensou em mudar a data de pagamento, que é hoje o último dia útil do mês trabalhado. "Nunca atrasei um dia a folha de pagamento. RGA, essa sigla eu não conhecia porque já estava dentro do orçamento a reposição da inflação já era prevista”, alegou o ex-governador.
Silval afirmou que as obras de infraestrutura tocadas pela atual gestão são realizadas com recursos obtidos por ele. Ele citou o caso das obras do MT Integrado, que prevê a interligação asfáltica de 44 municípios do Estado. “Agora mudou de nome. Mas foram recursos que demorei três anos para viabilizar e fazer os projetos. Torço para que o Estado vá bem. Agora, tem que reconhecer o que os outros deixaram”, desabafou.
Apontado como responsável pela má condução das obras da Copa, o ex-governador fez uma defesa de sua gestão. “Fiz uma verdadeira transformação em obras que foram realizadas, mas que não tinham nada a ver com a Copa. Obras da Copa era assunto. Está aí, Cuiabá se tornou canteiro de obras, desafogou o trânsito e melhorou a mobilidade urbana da cidade. Torço para o governo, mas tem que se reconhecer e falar a verdade”, frisou.
Sobre as críticas que o governador Pedro Taques (PSDB) já começou a sofrer, principalmente com relação a não concessão integral da Revisão Geral Anual (RGA) de 11,27%, Silval disse que prefere não avaliar para não gerar mais constrangimentos. “Não vibro por isso, de ver uma greve geral no Estado. Não vou fazer avaliação, só acho que tem que haver mais reconhecimento porque tudo que está fazendo 90% são com recursos que foram deixados. Não vi uma licitação dele”, colocou ao criticar as campanhas publicitárias da gestão tucana.
Sobre a concessão da recomposição salarial, o ex-governador também atribuiu a atual gestão atos que estouraram a Lei de Responsabilidade Fiscal. Entre eles, está o chamamento de 3,5 mil novos profissionais para a Segurança Pública. “Todo mundo sabia que precisa de mais servidores na educação, saúde. Só que sabia que tinha a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tem o limite. E eu deixei dentro do limite prudencial. Nunca atrasei um dia, nunca discuti reposição de inflação e paguei o 13º do último ano antecipado, no dia 19 de dezembro”, opinou.
Silval ainda recordou que sofreu greves pontuais em sua administração. "É triste ver o Estado nessa situação, mas o Estado tem capacidade de se recuperar. Basta apenas levantar da cadeira", receitou.
Autor: Carlos Dorileo com FolhaMax