O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito civil para investigar supostas falhas nas armas da marca Taurus, usadas por policiais militares e civis em Mato Grosso. O armamento foi adquirido pelo Estado em agosto do ano passado.
O procedimento de investigação foi instaurado pelo promotor Mauro Zaque, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público, por meio da portaria nº 18/2016, assinada no dia 10 de agosto.
Zaque que é ex-secretário de Segurança Pública do Estado - ressaltou que a investigação tem como fundamento várias denúncias que chegaram ao Ministério Público de que as armas estariam travando ou quebrando.
No início do mês, o próprio secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, afirmou à imprensa que a arma do policial Elcio Ramos, morto durante uma ação no bairro CPA III, em Cuiabá, teria falhado no momento em que ele tentou disparar contra um suspeito, ocasião na qual Elcio e o parceiro investigavam a venda de armas pela internet.
“É necessário apurar isso porque não podemos permitir que o trabalho policial, que é um trabalho altamente especializado, fique prejudicado em razão do uso do armamento que não apresenta qualidade mínima necessária”, afirmou.
O promotor ressaltou que irá requisitar um relatório a respeito dos armamentos ao secretário Segurança Rogers Jarbas, ao comandante da Polícia Militar, Gley Alvez, e ao diretor da Polícia Civil, delegado Rogério Modelli. “Tenho uma reunião marcada com eles na terça-feira (23)”, contou.
Zaque afirmou que também irá solicitar relatórios sobre as mesmas armas para as polícias de outros Estados, no intuito de verificar se existem problemas desse armamento em outras cidades do país.
Conforme o promotor, caso seja comprovado as falhas, a Justiça poderá proibir o Executivo de comprar as armas da marca Taurus.
“O Estado não pode importar armamento devido a uma portaria do Ministério da Defesa. Agora, se o produto nacional não apresentar a qualidade desejada, aí a gente pode importar”, pontuou.
Outro lado
Em nota, a fabricante Taurus informou que ainda não havia sido notificada sobre o procedimento do MPE.
“A Taurus não tem conhecimento da instauração deste procedimento, mas a empresa está à disposição das autoridades tanto para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessárias, como para auxiliar na investigação de qualquer caso em que há dúvida sobre o funcionamento dos armamentos”, diz a nota
Autor: Thaiza Assunção com Midia News