O governador Pedro Taques (PSDB) classificou como “piada” o atraso do Governo Federal no pagamento de mais de R$ 500 milhões referentes ao Auxílio de Fomento às Exportações (FEX) do ano de 2016.
Em reunião com a nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, o tucano fez duras críticas à forma como os Estados são tratados pela União.As declarações do governador mato-grossense repercutiram em diversos sites nacionais.
“Eu vou voltar para casa no final da tarde e preciso de R$ 300 milhões para pagar a conta dos nossos servidores. E a União me deve R$ 500 milhões. Isso não é uma federação, isso é um estado unitário. Isso, me permita uma expressão mais pedestre, é uma piada”, disse.
Ainda durante seu discurso, Taques criticou a dificuldade em transformar as pautas de reunião dos governadores em medidas práticas aos Estados. E ressaltou que cada uma das unidades da federação é tratada de forma “desigual”.
“Penso que o papel do Supremo Tribunal Federal seja de contribuir, daí a importância dessa reunião. A senhora está falando com governadores que não passam de chefes de autarquias da União Federal. Somos algumas autarquias da União que, sem nenhuma autonomia, não passamos de gerentes de banco e chefes de departamento de recursos humanos. Isso em razão dessa ficção que existe no Brasil chamada federação”, afirmou.
“Todos os meses nós fazemos reuniões com o presidente do Senado, com o presidente da República e nada ocorre. Estamos aguardando que sejamos tratados de forma igual, mas somos diferentes. Como posso comparar São Paulo com Acre? Como é possível comparar Alagoas com Rio de Janeiro? Não é possível que tenhamos desoneração da linha branca e de veículos que melhora a industrialização do Sul e Sudeste em detrimento dos Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que têm diminuição dos repasses do Fundo de Participação dos Estados”, completou.
No encontro, segundos veículos nacionais, Cármen Lúcia afirmou que pretende fazer reuniões bimestrais com os governadores e discutir meios de o Judiciário colaborar na redução das dívidas dos Estados.
Autor: Douglas Trielli com Midia News