Falta de segurança e de conforto são os maiores problemas enfrentados pelos usuários do transporte público em Cuiabá. A constatação faz parte de uma pesquisa realizada pela Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec).
A amostra compreendeu 1.595 questionários realizados entre novembro e dezembro deste ano, em 28 linhas do transporte público. Entre elas Pedra 90, Planalto, Osmar Cabral e CPA. Foram abordadas questões sobre acessibilidade e frequência de atendimento, conforto, segurança, acesso a informação e o perfil do respondente.
A superlotação foi constatada na pesquisa: 44% dos entrevistados afirmaram que pegam ônibus lotado “muitas vezes”, 29% responderam “sempre”, 25% “poucas vezes” e apenas 2% disseram que nunca pegam ônibus lotado.
Dona Martha Arruda, que utiliza o transporte público cinco dias por semana para trabalhar, faz parte daqueles 44%. “Os ônibus são sempre cheios, somos uma verdadeira sardinha, não temos opção, afinal essa é a única forma que nós passageiros temos para ir e vir”, disse.
Para 14% dos entrevistados, o principal ponto negativo relacionado ao transporte público é a falta de segurança; para outros 14%, é a falta de ar-condicionado, enquanto que para 13% os problemas são a tarifa elevada e a frota velha. Os demais citaram outros problemas.
A análise mostra que 57% dos entrevistados utilizam o transporte para trabalho, 16% em razão dos estudos, 18% citaram outros motivos, 6% se deslocam por questões de saúde e apenas 2% para o lazer.
Na freqüência de utilização, 51% usam cinco dias por semana, em 19% mais de cinco dias por semana, para 10% dos respondentes a utilização do transporte coletivo se dá em um dia na semana, 9% utilizam dois dias por semana e 4% utilizam quatro dias na semana.
Uma das perguntas do questionário foi em relação ao tempo de espera e distância do ponto ao destino final. Vale ressaltar que a demora dos ônibus é uma das grandes reclamações dos usuários de transporte público em Cuiabá.
No tempo de espera, a maioria dos entrevistados 35% respondeu que o tempo médio é de 11 a 15 minutos, 31% aguardam entre 16 e 30 minutos, 21% mais de 30 minutos, 11% entre 6 e 10 minutos e 2% até 5 minutos.
O tempo médio gasto na viagem entre a casa e o destino final para 44% dos entrevistados está entre 31 e 60 minutos, 33% levam até 30 minutos, enquanto 16% entre 61 e 90 minutos e 7% levam mais de 90 minutos na viagem de sua casa até seu destino final. O tempo gasto na viagem é considerado excessivo por 52% dos entrevistados, já para 48% é satisfatório.
CONFORTO – A má qualidade dos ônibus também é uma das grandes reclamações de quem depende dos ônibus. A pesquisa aponta que o grau de conservação dos ônibus utilizados por 36% dos entrevistados foi considerado “regular”, 26% consideram o grau de conservação “bom ou ótimo”, e 38% consideram “ruim ou péssimo”.
As condições de limpeza dos ônibus foram avaliadas pelos participantes da pesquisa como regular em 32% dos casos, ruim ou péssima em 39% e para 29% as condições de limpeza dos ônibus é considera boa ou ótima.
O conforto dos ônibus foi considerado bom ou ótimo por 26% dos participantes da pesquisa, 33% consideram regular e 42% classificaram o índice de conforto dos ônibus ruim ou péssimo.
Para 36% dos respondentes, os equipamentos de acessibilidade nos veículos são regular, 34% consideram bom ou ótimo e 30% consideram a acessibilidade dos veículos ruim ou péssima. Já o tratamento dado pelo motorista aos passageiros de um modo geral foi considerado bom ou ótimo para 51%, regular para 36% e ruim ou péssimo para 13%.
No caso do tratamento dado aos passageiros com necessidades especiais, idosos e gestantes foi considerado bom ou ótimo por 52% dos entrevistados, regular por 35% e ruim ou péssimo por 13%.
Quando questionados sobre a frequência em que o ônibus no qual estão quebra, a maioria 53% disseram ser poucas vezes, 30% nunca, em 15% dos casos muitas vezes e para 3% o ônibus sempre quebra.
“Acho um absurdo pagarmos uma passagem tão cara por um transporte sem qualidade deste. Os ônibus são velhos, sempre lotados, sempre atrasados. A prefeitura fala que está a mil maravilhas, mas andar de ônibus nenhum dos gestores quer”, disse a passageira Hélia Perreira.
SEGURANÇA – No quesito segurança, a atitude do motorista ao volante foi considerada boa ou ótima por 57% dos entrevistados, para 34% é regular e para apenas 9% a atitude do motorista ao volante é ruim ou péssima.
As condições físicas dos pontos de parada são ruins ou péssimas para a grande maioria 81%, enquanto para 13% são regular e para apenas 7% as condições físicas dos pontos de parada são boas ou ótimas.
A segurança nos pontos de parada foi considerada ruim ou péssima por 81% dos entrevistados, regular para 14% e boa ou ótima para apenas 6%. A segurança do interior dos ônibus é considerada ruim ou péssima por 74%, para 17% a segurança é regular e para a apenas 9% a segurança interior dos ônibus é boa ou ótima.
Autor: Aline Almeida com Diario de Cuiabá