Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Meliantes disparam quase 30 mil trotes anuais no SAMU de Mato Grosso




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Uma média de 240 chamados por dia é recebida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), chamadas que, na maioria das vezes, salvam vidas. Um levantamento do Samu aponta que, de janeiro até o dia 15 de dezembro do ano passado, o Samu realizou o total de 87.768 chamadas telefônicas recebidas pela Central de Regulação do Samu 192.

Um número que ainda chama muita atenção e que precisa ser combatido é o de trotes, 33% das chamadas eram desta natureza, totalizando 29.567 trotes. Dentre as chamadas foram realizados o total de 25.828 ocorrências atendidas com deslocamento de ambulâncias, 20.224 orientações médicas/tele medicina e 12.149 atendimentos relacionados a enganos, informações e etc.

As principais causas de chamadas são os acidentes externos e internos. A superintendente do Samu, Graziela Medeiros Rodrigues Pacheco, afirma que, dentre as causas externas, foram 6.217 chamados de acidentes de moto, enquanto os acidentes automobilísticos somaram 1.051 casos. Queda de árvore, telhado, muro, portão, etc., totalizaram 948 casos.

Também foram registrados 575 casos de atropelamento, 459 casos de agressões físicas, 354 casos de acidentes ciclísticos, 263 casos de ferimentos de arma branca e 225 casos de ferimentos de arma de fogo.

De causas internas, a emergência clínica tem total de 8.550 casos, dentre estes 794 são de óbitos no local da ocorrência - além de 998 casos de emergência psiquiátrica, 725 casos de emergência obstétrica, 689 de queda do mesmo nível (ex. desmaio) e, de emergência pediátrica, o total de 228 casos.

Para quem já precisou do Samu, uma das grandes reclamações é em relação à demora para atender o chamado. Um dos problemas seria a falta de ambulâncias para atender as ocorrências. Conforme a superintendente Graziela Medeiros, atualmente são apenas 16 ambulâncias no Estado de Mato Grosso, que conta com 141 municípios. Apenas nove cidades contam com ambulâncias do Samu.

Em Cuiabá, são duas unidades de suporte avançado e três unidades de suporte básico. Em Várzea Grande, uma unidade de suporte avançado e duas unidades de suporte básico. As cidades de Chapada dos Guimarães, Poconé, Aripuanã, Brasnorte, Colniza e Cotriguaçu contam com uma unidade de suporte básico, cada uma. A cidade de Juína tem uma unidade de suporte básico e uma unidade de suporte avançado.

Cíntia Adriana Gomes conta que, no mês de novembro, o sobrinho sofreu um acidente de moto em Várzea Grande, no Bairro Jardim Itororó. Segundo ela, foi mais de uma hora e meia de espera para a chegada da ambulância. “Eles falam para não mexer na vítima. Mas imagina a angústia da família que pode perder o ente querido pela demora no atendimento? Muita gente cansa da espera, põe em um carro próprio e leva para o hospital. Sabemos que isso não é certo, mas você vai deixar alguém morrer porque o Samu está demorando devido às muitas ocorrências e poucas ambulâncias?”, reclama.

Segundo Graziela Medeiros, diversas medidas estão sendo realizadas para melhorar o atendimento, como a capacitação das equipes de profissionais da saúde que prestam o atendimento nas ocorrências; e a reativação do Núcleo de Educação Permanente - além do Projeto Samuzinho que realiza visitas orientativas e preventivas nas escolas públicas de Cuiabá e Várzea Grande e manutenção das frotas de ambulâncias, entre outras.

Quem trabalha no Samu sabe bem a dificuldade que o serviço enfrenta. Um funcionário que preferiu não se identificar afirmou que o serviço “sobrevive”. Segundo ele, além de 12 anos sem realização de concurso público, o Samu enfrenta problemas como a falta de recursos humanos e sobrecarga de trabalho, além de ambulâncias sucateadas. “Estamos trabalhando só por milagre, porque condição não tem. Quem acaba perdendo com isso é a população, que sofre com a demora no atendimento. Acredito que, se tivéssemos mais condições, mais vidas seriam salvas”, ressaltou o funcionário.

 

 


Autor: Aline Almeida com Diario de Cuiabá


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