Uma promessa de anos e que coibiria a atuação do crime organizado que age de dentro dos presídios, os bloqueadores de celulares nas unidades penais ainda não tem prazo para serem implantados. Segundo a Secretaria de Estado Justiça e Direitos Humanos, a secretaria está aguardando junto ao Departamento Penitenciário o melhor tipo de equipamento para Mato Grosso. Importante destacar que o Estado já tem assegurado junto ao Ministério da Justiça a liberação imediata de R$ 5 milhões que devem ser empregados em equipamentos para melhorar a segurança em unidades prisionais e também no monitoramento de detentos.
Um dos aprimoramentos previstos seria a aquisição de bloqueadores nas unidades penitenciárias, scanners corporais e outros. No entanto, enquanto isso não acontece, os presos vêm se aprimorando cada vez mais nas formas de crime. Os golpes vão desde o famoso “bença, tia”, onde o preso liga para uma pessoa e finge ser um parente com carro quebrado e consegue um depósito em dinheiro. O golpe de você ganhou um “prêmio”, o golpe em famílias com parentes nos hospitais. Além de roubos, mortes e outros crimes comandados de dentro das cadeias.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos, atualmente o Estado conta com 11 aparelhos de Raio-X distribuídos nas maiores unidades prisionais sendo penitenciárias de Cuiabá, Água Boa, Sinop e centros de detenção provisória de Barra do Garças, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Juína, Tangará da Serra e Pontes e Lacerda.
Já os portais de detecção, existem 55 unidades que possuem um, no caso da Penitenciária Central são dois. As 55 unidades possuem ainda raquetes e banquetes, equipamentos de revistas. “A Secretaria está finalizando o plano de aplicação para aquisição de mais escanners corporais. Esse plano passará pela avaliação na próxima semana do Conselho Penitenciário, pois o recurso do Ministério da Justiça é repassado ao Fundo Penitenciário Estadual. Após a aprovação do plano, a secretaria dará o início ao processo licitatório”, confirmou a secretaria.
Mesmo com os parcos recursos no sistema penitenciário no ano de 2016 foram apreendidos 2.530 aparelhos celulares, além de 1.405 chips de diversas operadoras. Segundo a Sejudh, a entrada de celulares se dá por várias formas: por meio de visitantes, lançamento pelo muro das unidades e até por drone como foi constatado em duas tentativas neste ano.
Segundo a Sejudh os incrementos vão melhorar a segurança e a efetividade do sistema prisional de Mato Grosso. Além de diminuir as possibilidades de ações dos grupos criminosos e assegurar um ambiente de mais segurança dentro e fora das unidades.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso faz uma crítica em relação à promessa do uso de bloqueadores nos presídios. Isso porque o crime organizado costuma agir mesmo atrás das grades e através de celulares que entram das mais diversas formas.
Autor: Aline Almeida com Diário de Cuiabá