O professor de Mato Grosso tem uma das menores remunerações do país. É o que aponta um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgados ontem. Apesar dos dados serem referentes ao período de 2014, o Sindicato dos Profissionais do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), avalia que a desvalorização ainda continua.
Em Mato Grosso segundo a pesquisa, a remuneração média padronizada para 40 horas semanais na rede estadual era de pouco mais de R$ 1,9 mil. Para os docentes com formação superior era de pouco mais de R$ 2 mil para 40 horas. Para os docentes sem formação superior a remuneração era de R$ 917,73. Conforme a pesquisa na remuneração média padronizada o melhor salário estava no Distrito Federal R$ 6,2 mil para 35,6 horas semanais. A menor remuneração ficou com o Estado do Ceará R$ 1.921 mil.
De acordo com o Instituto, no Brasil, os professores da educação básica ganhavam em média R$ 3,2 mil. Para a média padronizada, na rede federal o ganho gira em torno de R$ 7,6 mil por uma carga horária de 39,3 horas, na estadual R$ 2,7 mil para 31,1 horas, na municipal R$ 2,3 mil para 30,6 horas. Na rede pública o ganho fica em torno de R$ 2,5 mil para 30,9 horas e na rede privada R$ 1,9 mil para 30,2 horas.
Henrique Lopes do Nascimento presidente do Sintep diz que os profissionais da educação tem batido historicamente nesta tecla da não valorização do profissional, segundo ele, no Estado não existe processo sério que contemple a valorização. “Qualquer servidor estadual de Mato Grosso ganha mais que um professor. Por isso a nossa briga e que culminou a greve, pedimos o poder de dobra de compra”, confirma.
Henrique diz ainda que a duras penas e com muita mobilização da categoria, alguns avanços começam a ser colhidos. “No entanto a nossa negociação com o Governo não está a contento com o que foi acordado da greve. Outra coisa, se o governo não assegurar o RGA no tempo correto, com certeza não teremos o poder de dobra de compra garantido”, disse.
AVANÇOS NOTÓRIOS – A Secretaria de Estado de Educação frisa que os dados são de 2014 e que o Estado apresenta grandes avanços nesta área. Segundo a Seduc Em Mato Grosso, tanto o piso salarial, quanto a remuneração média dos professores, estão bem acima da média nacional. No Brasil, o salário-base do professor é de R$ 2.298,80 (40 horas semanais).
“Em Mato Grosso, o piso salarial para ingresso na carreira é de R$ 4.853,79, considerando as mesmas 40 horas, ou seja, R$ 2,5 mil a mais”. “O professor efetivo da rede estadual tem uma remuneração média de R$ R$ 7.250,93, sendo o valor da hora aula de R$ 45,32”, confirma.
A secretaria diz ainda que o servidor temporário possui remuneração média de R$ 6.847,64, sendo o valor da hora aula de R$ 42,79.
Com relação a 2014 a Seduc afirma que os dados da folha de pagamento de junho de 2014, por exemplo, apontou remuneração média dos efetivos para 30 horas semanais foi de R$ 3.775,42 e dos contratados R$ 3.031,28. “Transformando para 40 horas semanais, a análise aponta que para efetivos a remuneração média foi de R$ 5.033,89, com valor da hora aula de R$ 31,46, e para os temporários de R$ 4.041,71, com valor de hora aula de R$ 25,26”, confirma nota.
Autor: Aline Almeida com Diário de Cuiabá