Há cinco anos, um grupo de pequenos produtores rurais da região Norte de Mato Grosso resolveram plantar o limão taiti como forma de complementar as rendas familiares. Nascia ali o embrião do Pró-Limão, programa que visa fomentar e fortalecer a cadeia produtiva do limão como alternativa sustentável de geração de renda e dar sustentabilidade ao cultivo da citricultura.
Luiz Carlos Nunes e a esposa, Clarice Arruda Nunes, foram os pioneiros e contaram com a ajuda dos vizinhos para plantar 100 pés de limão taiti. “Fizemos o plantio no dia 21 de julho de 2012, após sermos convencidos pelo doutor Eduardo Carlos de que seria bom para gente ter esse complemento na renda”, conta dona Clarice, que se orgulha de ser do campo. “Fui criada na roça até o começa da minha infância, e quando cresci queria casar com um homem que vivesse na roça. Dei sorte, encontrei um marido que também é apaixonado pela roça, pela lida no campo e que, agora, além de tirar leite, também colhe limão”.
Tendo na venda de leite a principal fonte de renda, a família do ‘seo’ Luiz encontrou no limão um complemento importante na renda. “Sabe, a gente precisa criar nossa família, e todos os meus quatro filhos – os dois homens, as duas mulheres e seus filhos – moram com a gente, então ter algo a mais com que ganhar um dinheiro extra sempre é bem-vindo”. Segundo o pequeno agricultor, o plantio é muito fácil, e o clima e o solo da região ajudam. “Aqui é só deixar ele estressar sob nosso sol quente, como explicou o doutor, e irrigar que nós temos limão o ano todo”.
O pequeno agricultor já encontrou, numa rede de supermercados da região, o comprador do produto. “Olha, eles pedem nosso produto porque ele é bom, tem gente que sente falta quando não tem”, diz Luiz Nunes, que vende o quilo do limão taiti de R$1 a R$2,50, dependendo da qualidade e da oferta do produto. As coisas vão tão bem que o produtor já solicitou a compra de mais 500 pés. “Agora é esperar a entrega das mudas, que vêm de São Paulo e Paraná”.
Outra produtora rural que decidiu se lançar nesse desafio foi Elisabete Corrêa Bessa Bernardo, que também vive do leite e que vê na plantação do limão a possibilidade de uma vida melhor para a família. “Eu já disse para o meu filho mais novo que com o dinheiro da venda do limão nós vamos pagar a faculdade dele. Ele sonha em fazer Zootecnia, e eu e o pai dele já dissemos que terá nosso apoio, pois a coisa mais importante na vida são os estudos”.
Ela conta que assim que o doutor Eduardo Carlos entrou em contato e ofereceu o conhecimento para o plantio, ela plantou 415 pés em sua propriedade. “Nós ainda não temos lucro, pois começaremos a produzir a partir de do final de 2017, mas os pés já estão na altura certa e, a partir de agosto, daremos início à irrigação. Assim que florescer, a primeira venda será feita entre dezembro e janeiro de 2018”. Assim como a de Luiz Nunes, a produção de dona Elisabete já tem comprador: o mesmo mercado atacadista, além de uma cooperativa que usa o produto para produzir suco concentrado.
A produtora destaca que a colheita do limão será feita por funcionários do próprio mercado e que, no caso da cooperativa, os limões por ela comprados encontrarão demanda de estados como Pará (PA) e Rio de Janeiro (RJ). “Temos fé de que tudo vai dar certo, pois tem tudo para dar certo: temos o clima certo, o solo é bom, e os técnicos do Governo, que sempre nos ajudam no que é preciso”.
Autor: AMZ Noticias com Assessoria