Um em cada cinco brasileiros está obeso e Cuiabá tem grande parcela de culpa nesse número. Um levantamento feito por meio de dados do Ministério da Saúde, a pedido do jornal Folha de SP, foi divulgado na semana passada e aponta que a capital mato-grossense é a segunda no ranking de jovens acima do peso em todo o país.
Comer em “fast foods” nunca foi tão fácil quanto nos dias de hoje. As empresas deste ramo alimentício já se espalharam pela cidade e é possível encontrar franquias e novos estabelecimentos em diversas esquinas de Cuiabá. Em contraponto, também aumentou o número de empreendimentos com comidas saudáveis. Então, o que explica o dado apresentado? O HiperNotícias procurou uma nutricionista para entender.
“O principal motivo para os jovens estarem tão obesos hoje está na procura. Eles querem alimentos rápidos e fáceis. Hoje em dia tem poucas pessoas querendo cozinhar, levar de casa um alimento. Então eles acabam procurando fast foods, tomando refrigerante”, explicou a nutricionista Rubya Delgado. Aliado a alimentação está a falta de atividade física. “Muitos não gostam de praticar ou falam que não têm tempo, e acabam sendo sedentários e comendo mal”, destacou.
A profissional também não recomenda uso de medicamentos para emagrecer. “Eu acho que o principal remédio é se alimentar bem e praticar atividade física”, pontuou. Segundo ela, todo remédio tem efeito colateral e nenhum dá o resultado perfeito.
Além disso, a nutricionista observou que, cada vez mais, as pessoas recorrem às redes sociais para encontrar uma “dieta”, julgando desnecessário o apoio de um profissional. “Hoje é fácil o acesso à informação. Vê instagram, redes sociais. A pessoa vê blogueiros ou alguns famosos que falam sobre alimentação e acha que pode seguir aquilo”, comentou. No entanto, ela chama a atenção para a importância de se ter um acompanhamento personalizado para cada caso. “As recomendações gerais podem agravar problemas e fazer com que eles não atinjam os objetivos”.
No consultório, o profissional analisa a rotina do cliente e elabora o planejamento alimentar que se encaixe no dia a dia e torne possível o novo hábito. Quanto a afirmação de que alimentação saudável é “cara e sem gosto”, Rubya desmente. “Não é caro. Basta escolher alimentos da época”.
Quem procura novos hábitos de alimentação também deve se atentar aos falsos alimentos saudáveis. “Muitos acham que consumir peito de peru é saudável, por exemplo, mas não. É um embutido que tem muita química e de saudável não tem nada”, comentou. Além disso, as bebidas alcoólicas e refrigerantes também contribuem para que a dieta não funcione.
Também grande preocupação de quem quer emagrecer, o arroz não é o vilão da história, segundo a nutricionista. “Ele tem uma quantidade alta de carboidrato, sim, mas consumindo com moderação, que não seja uma quantidade nada muito grande, ele pode se encaixar na alimentação de todos os dias. Inclusive, arroz e feijão é a combinação perfeita”.
Nesse sentido, o prato ideal pode ser composto por uma porção de carboidrato (arroz, mandioca, nhami), uma de leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico), uma de proteínas (carnes, ovos), e meio prato de legumes e verduras (sejam refogados ou crus).
Apesar das dicas, o ideal ainda é procurar o acompanhamento do nutricionista para ter um novo cardápio adaptado a sua rotina.
Autor: Camilla Zeni com HiperNoticias