O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu início ontem à coleta do Censo Agropecuário 2017. Durante os próximos cinco meses, quase 19 mil recenseadores visitarão mais de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País.
Serão levantadas informações sobre a área cultivada, produção, pessoal ocupado no setor, irrigação, uso de agrotóxicos e agricultura familiar, entre outros temas. Os resultados devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018.
A coleta de dados será digital, com as operações monitoradas pela internet. O censo vai subsidiar também a criação uma nova pesquisa anual do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários.
A ideia é que a pesquisa vá a campo, anualmente, captar dados sobre receitas e despesas na produção, crédito e seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção, além da situação social e familiar dos trabalhadores do campo, entre outros temas.
IMPORTÂNCIA
O lançamento do Censo foi realizado na sede do IBGE, no Centro do Rio, e contou com a presença do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Ele enfatizou a importância do levantamento das informações censitárias ligadas ao agronegócio para a economia do país.
“O Brasil é acima de tudo um país agro. A nossa economia é muito ligada ao agronegócio, que influencia de maneira definitiva toda a economia brasileira”, afirmou o ministro. Segundo ele, “mesmo aquelas pessoas que não são ligadas diretamente ao agronegócio, vivem em função dele”, seja nos segmentos da indústria, do comércio ou de outras áreas econômicas.
Oliveira se disse “surpreso” com o fato de que há dez anos o Brasil não investigava a fundo as informações relativas ao agronegócio. Isso porque, segundo o ministro, a pesquisa “traz informações precisas sobre o setor mais importante da nossa economia, que gera mais divisas”. Ele enfatizou que tais informações são úteis para a definição de políticas públicas e para alocação de crédito e de conteúdo orçamentário no setor.
O ministro lembrou que o agronegócio brasileiro sofreu profundas transformações decorrentes dos avanços tecnológicos e que isso garante ao país “ter o setor mais competitivo do mundo, exportando para quase todos os países”.
“Aquele caricato setor rural, quase ignorante, é coisa do passado. O nosso setor é de altíssima tecnologia, as lavouras são altamente intensivas em termos de tecnologia”, afirmou o ministro.
O presidente do IBGE, Roberto Olinto, disse que o Censo Agropecuário 2017 é menor do que o previsto inicialmente em função de questões orçamentárias. “Teve um momento em que a verba era zero”, disse.
Para reduzir custos, uma das iniciativas foi investir tecnologias digitais para uso dos recenseadores. Segundo o ministro do planejamento, com 50% do custo originalmente previsto “é um censo completo, mas que pela inteligência que o IBGE incluiu no processo vai custar muito menos e mantendo o nível de qualidade”.
DESTAQUE
O presidente do IBGE destacou que foram cinco anos de preparo para a realização do Censo Agropecuário 2017. Vencidas as dificuldades orçamentárias, técnicas e de contratação de pessoal, dentre outras, ele disse que agora começa “etapa mais difícil da operação”, que é o recenseador ser recebido em campo.
São cerca de 19 mil recenseadores percorrendo todos os estabelecimentos relacionados ao agronegócio, desde as grandes fazendas produtoras aos pequenos produtores familiares.
Para garantir a devida identificação do recenseador, viabilizando que ele seja recebido nos estabelecimentos, o IBGE implementou um QR Code no crachá de cada um dos agentes, que está localizado no lado esquerdo do peito do colete. O código pode ser lido pelo celular e redirecionará diretamente para o site do IBGE, que fará a checagem.
Autor: AMZ Noticias com Diario de Cuiaba