O secretário-chefe da Casa Civil Max Russi admitiu que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar supostos desvios em fundos do Governo do Estado trará desgaste ao Poder Executivo.
“Não acredito que haverá chantagem por parte dos deputados. Mas é lógico que a CPI é desgastante”, disse Russi, em entrevista na segunda-feira (22).
“Estamos num momento de dificuldades, começamos a dar sinais de entrega, de organizar Estado, de apresentar melhoras. A CPI desgasta, você perde tempo, você gasta energia. Você tem uma série de servidores que irão comparecer e que poderiam estar produzindo outros resultados para o Estado. Isso é ruim”, afirmou o chefe da Casa Civil.
Ele disse ainda que os deputados de oposição ao governo Pedro Taques (PSDB) ganham “palanque” em cima da investigação.
Especialmente porque, segundo Russi, os deputados Alan Kardec (PT), Valdir Barranco (PT), Janaina Riva (PMDB) e Zeca Viana (PDT), aproveitaram o momento para “sangrar” o governador.
“Acho que a oposição ganha muito com a CPI. Ganha palanque. Semana passada tivemos a oportunidade de ver nos veículos de comunicação os deputados de oposição aparecendo bastante. A oposição tem esse interesse, quanto mais conseguir sangrar o Governo, melhor”, disse o secretário.
De todo modo, ele afirmou que o Governo está “bastante tranquilo” quando à CPI, já que não houve desvio na aplicação dos Fethab, tampouco do Fundeb.
“O Governo está muito tranquilo em relação ao que será apurado. A questão do Fethab, por exemplo, me parece que o deputado Oscar falou em torno de R$ 200 milhões em sonegação. Se tem esse dinheiro para buscar, isso será positivo ao Estado. São recursos que podemos usar para pagar até as emendas parlamentares ou outros compromissos”, concluiu Russi.
A CPI recebeu 15 assinaturas, das quais 11 são de deputados aliados do governador Pedro Taques. O Legislativo irá apurar o uso do Fundo da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab).Há suspeitas de que os valores estejam sendo utilizados para quitar outros débitos do Poder Executivo.
Autor: Camila Ribeiro com Mídia News