Os candidatos ao Governo do Estado Pedro Taques (PSDB) e Mauro Mendes (DEM) polarizaram o debate realizado nesta sexta-feira (28) pela TV Vila Real. Em tom mais incisivo, os postulantes ao comando do Palácio Paiaguás trocaram acusações durante todo o confronto, mesmo de forma indireta.
A postura do governador Pedro Taques foi a que mais chamou a atenção. Diferentemente dos debates anteriores, o gestor tucano apostou em um estilo mais contundente nos ataques aos adversários.
Apesar de ter focado as suas críticas no candidato democrata, ele também não deixou de dar algumas alfinetadas no senador Wellington Fagundes (PR). Este, por sua vez, fez críticas pontuais aos seus adversários.
“O Silval Barbosa roubou dinheiro do VLT e ele não me apoia. Apoia o Mauro junto com o MDB. O senador Wellington estava com Silval, apoiando seu governo”, disparou o atual chefe do Executivo Estadual logo no início do debate.
A principal acusação feita por ele, entretanto, contra Mendes foi com relação aos incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado a suas empresas. De acordo com Taques, a Bimetal – empresa de Mauro Mendes - descumpriu todos os requisitos obrigatórios para ter direito ao benefício no montante de R$ 100 milhões.
Além disso, fez questão de lembrar a aliança formada por Mendes com o MDB para o pleito deste ano. “Ele teve seus benefícios fiscais renovados por Silval Barbosa em 2014, por mais dez anos, sem um requisito que estava escrito na lei. Foi a empresa que mais demitiu no Estado. O amiguinho dele, Silval Barbosa, conseguiu renovar o incentivo da Bimetal que está quebrada. Investigamos os incentivos e estamos cortando. Não passo a mão na cabeça de ninguém. A bimetal tem 100% de irregularidades nos incentivos]”, disse.
Mendes retrucou as acusações chamando o governador de mentiroso. “Você é conhecido em Mato Grosso pelos excesso de promessas e de mentiras. Já ouvi isso de muitos vereadores e prefeitos do nosso estado. Você fala números com eloquência, mas quem está em casa sabe que não é verdade.
Tenho incentivos fiscais como centenas de empresas. Foi concedido de acordo com a lei e mantido, inclusive, por você, pelo seu Governo. Até outro dia, rasgava elogios a minha pessoa e queria que eu fosse vice, me paparicava. Agora, que virei adversário, me tornei a pior pessoa”, afirmou
Taques, por sua vez, voltou a insistir na suposta fraude, alegando que o democrata deixou de pagar mais de R$ 100 milhões em impostos. “Logo, logo, terá que devolver dinheiro de incentivo fiscal ilegal”, completou.
O tema voltou a ser debatido por Taques, quando ele foi questionado pelo candidato da REDE, Arthur Nogueira, sobre uma suposta traição de Mendes, que recuou de candidato a reeleição em 2016, quando respondia como prefeito da Capital.
Para o gestor tucano, o ex-prefeito não disputou a reeleição com receio de perder os incentivos fiscais de suas empresas. “Essas pessoas não estão conosco, porque cortamos o leitinho dessas pessoas. Não me interessa se é amigo ou não, eu não faço coisa errada. E o Mauro deixou a campanha no último segundo e deve ser em razão dos incentivos cortados. Mas é ele é que deve dizer”, afirmou.
Ele ainda aproveitou a oportunidade para alfinetar o deputado federal Fábio Garcia (DEM), que integra a chapa de Jayme Campos ao senado, como primeiro suplente. “Eu queria e continuo querendo ajudar Cuiabá. Ajudamos no asfalto na Prainha, nas obras do COT do Pari e da UFMT. Tem também as obras do Aeroporto. Essas últimas obras são da empresa do aliado de Mauro, Berinho Garcia, pai de Fabio Garcia, que não conseguiu terminar as obras da Copa”, disse.
Mendes também foi duramente criticado por Fagundes, que acusou o democrata de ter deixado inúmeras obras inacabadas em Cuiabá. O republicano, por diversas vezes, foi enfático ao dizer que o atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) fez muito mais para a Capital em dois anos, do que ele em quatro.
No entanto, ele também foi alvo de ataques. Fagundes se esquivou quando foi questionado por Nogueira acerca de sua aliança com PT e PCdoB, legendas favoráveis a libertação do ex-presidente Lula, preso em Curitiba (PR).
“Entendo que na democracia a minoria também tem que ter direito. A democracia tem seu preço e essa coligação nos traz a oportunidade de ter Adilton Sachetti e também a esquerda com Maria Lúcia. Portanto quero trabalhar com a sociedade. Com essa coligação teremos oportunidade de estar trabalhando com quem for eleito presidente”, afirmou o republicano, sem citar Lula.
O candidato do REDE ainda fez questão de lembrar que o senador foi citado na delação do ex-governador Silval Barbosa. O ex-gestor acusa Fagundes de receber R$ 1 milhão em propina de empreiteiras para garantir o andamento de obras. Fagundes, por sua vez, negou qualquer irregularidade.
A eleição ocorre no próximo domingo, dia 07. Os candidatos ao Governo do Estado ainda devem participar de outros dois debates. Na terça-feira (02), o confronto de ideias será na Centro América, filiada da Rede Globo, e na quinta-feira (04) na Rádio Centro América.
Autor: AMZ Noticias com Assessoria