Nem sempre quando um relacionamento termina significa que a história de amor chegou ao fim. Esse amor pode se transformar em uma grande amizade. No caso do mecânico Claus Ziegelmaier, 46, pode-se dizer ela permanece viva em seu rim, já que recebeu um deles da ex-mulher Elizabeth Caper Claro, 44, com quem namorou por oito anos e ficou casado por nove anos.
Eles não tiveram filhos e estão divorciados há 12 anos. Ele se casou de novo e, há quatro anos, descobriu doença que causou a perda da função dos rins. Passava por sessões de hemodiálise três vezes por semana, quatro horas por dia. Os médicos indicaram um transplante, e a família saiu em busca de doadores.
Segundo a mulher do mecânico, Amanda Ziegelmaier, 33, tudo começou quando a família estava viajando e ele passou mal. "Ele estava com muita febre, mas não queria ir ao médico. No quarto dia depois desse episódio, ele foi ao hospital, fizeram uma biópsia e detectaram que tinha glomeruloesclerose segmentar e focal", lembra ela, informando que isso aconteceu há quatro anos.
Trata-se de uma doença renal caracterizada por cicatrização (esclerose) e endurecimento de um segmento de alguns glomérulos renais. Os glomérulos filtram o sangue para remover substâncias indesejadas pela urina. "É uma doença autoimune. O organismo do Claus estava rejeitando o próprio rim. No fim do ano passado, a médica pediu para mobilizar toda a família, porque ele teria de fazer hemodiálise e logo o transplante seria necessário", relembrou.
Ziegelmaier afirmou que o processo de se submeter à hemodiálise era muito desgastante. "Embora filtre o sangue, traz problemas para o coração, para o fígado e para o pâncreas. Quanto mais tempo passa, mas debilita o organismo da gente, já que a hemodiálise tira também as coisas boas do sangue", explicou.
"Mudou toda a rotina de nossa família. Ele sempre trabalhou e era provedor do lar. Agora eu passei a fazer tudo. Eu não podia doar o meu rim, porque não sou compatível. Desde o princípio foi aquela busca, mas todo mundo que cogitava doar não passava nos exames", declarou Amanda.
Ela relatou que o estado do marido estava piorando, com anemia bem severa. "Se não melhorasse precisaria fazer transfusão, mas se isso acontecesse, ele não poderia fazer o transplante por seis meses. Nesse dia estava muito nervosa. Andava no Calçadão, brigando com Deus por não poder fazer nada, quando a Elizabeth me viu", descreveu. Quando soube o que estava ocorrendo, a ex-mulher perguntou a Amanda como poderia fazer os exames. "A Amanda ficou espantada de eu estar propensa a fazer isso.
A ex-mulher fez os exames e descobriu que era compatível para fazer a doação. Ela lembrou que não pensou duas vezes antes de aceitar ser doadora e explicou as razões de ter tomado a decisão.
“Por gratidão, sabe? Dezessete anos junto com uma pessoa que nunca fez isso aqui de mal [fazendo um gesto com as mãos]. Então eu acho que eu devia isso a ele como agradecimento da pessoa que ele foi para mim no passado”, relatou. Quando me separei do Claus, foi de forma tranquila. A Amanda frequentava a mesma igreja que minha irmã e tínhamos amigos em comum. Acabamos nos tornando amigas também", explicou. "Chorei. Fiquei bem emocionada. Voltei para casa correndo e dei a notícia para o Claus", disse Amanda.
Além da ex-esposa, outras três pessoas realizaram exames para avaliar a compatibilidade, mas deram negativo. Foram quatro meses de avaliações e exames. A torcida da família foi etapa por etapa. "Quando o médico disse que os exames apontaram 100% de compatibilidade, para falar a verdade eu nem acreditei, porque é uma surpresa. Como disse o médico, só um irmão para dar tão certo", destacou o mecânico.
Autor: Redação AMZ Noticias