O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), faz a sua primeira visita a Mato Grosso no próximo dia 15, no município de Sorriso.
Mourão vem a convite de uma grande empresa de sementes e participa da abertura da safra do milho e fechamento da safra de soja. Ainda sem condições de participar de grandes eventos, o presidente Jair Bolsonora (PSL) ainda não tem data definida para a sua primeira visita ao Estado.
Com gabinete aberto e opinião formada sobre tudo, o general da reserva Hamilton Mourão exerceu de fato pela primeira vez desde o fim da ditadura militar, há 34 anos, um alto comandante militar teve a caneta presidencial em suas mãos no Brasil. Hamilton Mourão assumiu o cargo de presidente da República no lugar de Jair Bolsonaro, durante o período que o mesmo esteve na Suíça.
É que mesmo dizendo-se um aliado leal, que “toca a bola de lado” e nada decide sem o aval do chefe, Mourão rapidamente tem ocupado espaço nas primeiras semanas do novo Governo – em que não faltaram sobressaltos, desgaste precoce por causa do escândado envolvendo Flávio Bolsonaro e recuos. Ao mesmo tempo em que é uma sombra para o presidente – suas quatro estrelas de general reluzem e se apresentam por vezes maior do que o capitão –, Mourão também acaba sendo seu contraponto, uma espécie de moderador das falas e validador dos atos do mandatário.
Opinião formada sobre quase tudo - A percepção de sensatez por contraste vem desde a campanha eleitoral. Mourão, um oficial defensor da ditadura militar assim como o presidente ultradireitista, também provocou controvérsia ao falar, por exemplo, que as famílias sem figuras masculinas tinham propensão a fabricar delinquentes.
Também disse impropriedades sobre a dívida pública. Mas tudo isso foi esquecido quando, ainda na disputa, começou a matizar a retórica anti-China de Bolsonaro ou passou a defender diante dos microfones, como fez nesta segunda-feira, a ansiada reforma da Previdência, inclusive alguma modalidade para os militares, a categoria que espera escapar das mudanças.
Desde que foi escolhido como candidato na chapa encabeçada por Bolsonaro, Mourão já dizia que não seria um vice decorativo. E, de fato, não tem sido. Como não ocupa posições de destaque, como algum ministério, ele tem emitido opinião sobre quase tudo.
Sua voz é a mais evidente entre o braço militar da gestão, composta por ao menos sete ministros e outros 36 representantes em postos-chave de segundo e terceiro escalão. De um lado, é o general da reserva Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, quem tem mais acesso aos ouvidos do presidente e goza de sua confiança. Do outro, Mourão, que pode até não ser o integrante mais assíduo do ninho, mas é o único que Bolsonaro não pode destituir: afinal, ele foi eleito ao lado do presidente nas urnas e está na linha de sucessão.
Autor: AMZ Noticias com Mídia News