O Tocantins tem pelo menos cinco unidades de pronto atendimento concluídas que nunca funcionaram. Um dos prédios fica em Paraíso do Tocantins, na região central do estado, e tem mais de 600 metros quadrados. A obra custou R$ 1,3 milhão. Dentro do local tem macas novas, aparelhos de ar-condicionado e equipamento de raio-x, mas tudo permanece encaixotado.
"Gastar o dinheiro do povo para não fazer nada. Vão enrolando, empurrando com a barriga. Vai indo, vai indo e nunca sai", reclama o aposentado Raimundo Nonato Pinto. Outra UPA que está na mesma situação fica em Crixás do Tocantins. Mesmo com a obra concluída, a unidade está fechada há sete anos. As paredes já apresentam infiltrações. As portas estão danificadas e a iluminação toda quebrada.
Segundo o Ministério da Saúde, em todo o país, 150 upas concluídas permanecem fechadas. O governo federal é responsável pela construção dos prédios, mas cabe aos municípios comprar os equipamentos e manter o atendimento. Só que boa parte das prefeituras alega não ter dinheiro para isso.Em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde, autorizou estados e municípios a utilizarem as estruturas para outras finalidades dentro da área da saúde. Os prefeitos e secretários têm até o dia 30 de junho para entrar com os pedidos.
A Prefeitura de Paraíso do Tocantins, por exemplo, quer transformar a UPA em uma clínica para mulheres. "Nós estamos aí agora, aguardando o ministério da saúde passar para nós as recomendações de como funcionar, para que a gente possa colocar em prática e inaugurar de fato nosso prédio e a nossa clínica da mulher", afirmou o prefeito Moisé Avelino (MDB).
Já a Prefeitura de Crixás informou que pediu ao Ministério da Saúde que a Unidade de Pronto Atendimento seja transformada em uma unidade básica de saúde porque o município não tem recursos para manter a UPA. Enquanto isso os moradores da cidade estão cansados de esperar. "A gente paga de imposto, paga isso, paga tudo, e quando é na hora da necessidade cê não tem é ninguém, só Deus. Por a gente, o governo não importa [sic]", disse o aposentado Raimundo Nonato Pinto.
Autor: AMZ Noticias com G1