Terá início na próxima terça-feira (06 de agosto) o Tribunal do Júri de um caso que ganhou repercussão nacional: o assassinato de dois procuradores de Estado, pai e filho. José Bonfim Alves Santana. é acusado de ter cometido o duplo homicídio ocorrido na fazenda da família, com sede no município de Vila Rica (1.259 km a nordeste de Cuiabá),
O réu será levado a júri pelo homicídio do procurador aposentado do Distrito Federal Saint’Clair Martins Souto e do filho dele, Saint’Clair Diniz Martins Souto, procurador do Estado do Rio de Janeiro. O crime ocorreu em 9 de setembro de 2016. Ele está preso na penitenciária Major PM Zuzi Alves da Silva, em Água Boa, e confessou o crime à polícia.
O júri terá início às 7h (horário oficial de Mato Grosso), no salão do Tribunal do Júri do Fórum de Vila Rica, e se estenderá pelos dias 7 e 8. A viúva e mãe das vítimas, Elizabeth Diniz Martins Souto, é advogada e será assistente de acusação e a nora dela, viúva de Saint Clair Filho, Maria Cecília de Marco Rocha, que é juíza federal, será representada como assistente de acusação pelo advogado Mário Alves Ribeiro. O Ministério Público também pediu reforço na acusação e será feita pelos promotores Eduardo Antônio Ferreira Zaque, de Vila Rica e Marcelo Rodrigues Silva, de Porto Alegre do Norte. Estão arroladas 27 testemunhas.
O crime – De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso, Bonfim teria matado os procuradores para não ser descoberto em comercialização de cabeças de gado dos patrões. Pai e filho viajaram até a Fazenda Santa Luzia justamente para averiguar a irregularidade com o gado e o acusado teria ouvido uma conversa entre eles dizendo que iriam levar o caso à polícia. Na manhã do dia 6 de setembro, o gerente da fazenda chamou Saint Clair, de 78 anos à época, para andar a cavalo e, quando estavam a cerca de 1.300 metros da sede da fazenda, atirou pelas costas, matando-o na hora.
Bonfim retornou à sede da fazenda e disse ao filho da vítima que seu pai havia caído do cavalo e que precisava de ajuda para socorrê-lo. Diante da suposta emergência, os dois foram até o local dos fatos montados a cavalo e, chegando ao pasto, o denunciado sacou mais uma vez a arma e disparou também nas costas da vítima, atingindo-o por três vezes.
O gerente da fazenda foi preso quatro dias depois, em Tocantins, por posse ilegal de arma de fogo. O réu foi pronunciado pelos crimes de duplo homicídio mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima, para assegurar a vantagem de outro crime, ocultação de cadáver, fraude processual e posse irregular de arma de fogo.
Autor: Redação AMZ Noticias