Com o apoio formal do PDT, PSOL, PSDB e PSB, o senador Pedro Taques (PDT-MT) concorre hoje (01.02) à presidência do Senado Federal. O parlamentar mato-grossense deve ser o único adversário do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem o apoio da maioria das legendas da base governista.
A eleição está marcada para as 10h e logo depois devem ser escolhidos os demais integrantes da Mesa do Senado. O novo presidente deverá obter a maioria em votação secreta, quando deverão estar presentes pelo menos 41 dos 81 senadores. A eleição ocorrerá em turno único, e só haverá nova votação no caso de se registrar um empate entre dois ou mais candidatos.
“Não sou o candidato da oposição. Sou o candidato da transparência, ética e renovação. Sou o candidato que luta contra a omissão, a covardia e o medo. Vencer ou perder não é o mais importante, porque o Senado e a Câmara devem ser, justamente, as casas que debatem as questões do país”, afirmou Pedro Taques, que antes da votação deve fazer um discurso pregando mudanças no ambiente legislativo.
Nesta sexta, o candidato à presidência irá receber de representantes de entidades organizadas, um abaixo-assinado feito na internet contra a candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado. A petição eletrônica lançada na quinta-feira passada atingiu 300 mil assinaturas em uma semana; e pede que os parlamentares escolham um nome “ficha limpa” para ocupar o cargo.
Articulação - Um dia antes da eleição, o senador procurou os partidos que haviam manifestado simpatia à sua candidatura para apresentar suas propostas. Pautado nos pilares da transparência, ética e renovação, o parlamentar foi conquistando apoio formal de novos partidos.
Duas semanas após lançar seu nome para concorrer ao cargo, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) retirou a candidatura e anunciou apoio ao senador Pedro Taques. Segundo ele, o grupo resolveu lançar um movimento de "restauração do Legislativo".
Em seguida, após uma reunião com a presença de dez dos onze senadores de sua bancada, o PSDB também anunciou apoio formal à candidatura do pedetista. A decisão dos senadores tucanos foi anunciada pelo senador Aécio Neves (MG).
Depois foi a vez da senadora Lídice da Mata (PSB-BA) anunciar apoio da bancada do PSB. O senador do PDT articula ainda o apoio do DEM, que tem quatro senadores, e de parlamentares independentes do PMDB e PTB.
Adversário - O comunicado oficial da candidatura do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi feito presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), no início da noite desta quinta-feira (31).
Questionado pelos jornalistas se a candidatura de Renan Calheiros não traria constrangimento, em virtude de existirem denúncias contra o parlamentar, Raupp afirmou não haver nenhuma condenação contra o colega e afirmou que ele “é um líder nato e deve ser eleito”. Raupp disse ainda que as escolhas de Renan Calheiros, Eunício Oliveira e Romero Jucá foram feitas “por aclamação” pelos senadores do PMDB.
Comissões - O Senado também definirá hoje os nomes dos novos integrantes da Mesa e das comissões permanentes. Em ambos os casos, o critério que deve ser usado é o da proporcionalidade, com a atribuição dos cargos de acordo com o tamanho da bancada. Considerando o resultado das eleições de 2010, o PMDB e o PT são as maiores bancadas do Senado, com 21 e 14 cadeiras, respectivamente.
Agendada para as 15h desta quinta-feira (31), a primeira reunião da Mesa do Senado em 2013 será dedicada à análise de requerimentos de informação e tramitação conjunta apresentados no ano passado.
Autor: Jean Campos -Jornal da Noticia