Vinte e cinco anos de impunidade. As milhares de pessoas que nasceram em 21 de outubro de 1994 já completaram 25 anos de idade. O mesmo ano (1994) em que a estudante Elisângela Rondon Pereira, na época com apenas 11 anos, foi sequestrada, estuprada e morta brutalmente por um assassino. Um crime cujo julgamento se arrastada por mais de 25 anos.
O último julgamento marcado para este 26 de novembro foi novamente cancelado, agora não se sabe por quantas vezes. Também não se explica o impossível do impossível, porque esse caso caiu no esquecimento, poucas vezes lembrados, inclusive pela imprensa. Só que, nunca esquecido pela família da pequena Elisângela e por seus amigos, pois se estivesse viva, hoje a estudante assassinada estaria completando 36 anos de idade.
A morte da estudante que ficou conhecida como o "Caso Elisângela". As investigações se arrastaram por mais de cinco anos. Em 1999, o "Caso Elisângela foi transformado em processo, quando o motorista Carlos José de Oliveira, o "Casé", hoje com 57 anos (na época ele tinha 32 anos, virou réu, quando o Ministério Público Estadual MPE) através da promotora de Justiça, Dra. Maria Borges Campos Furlam ofereceu denúncia contra "Casé", aceita pela Justiça. Daí em diante o caso se arrastou até hoje por mais de 25 anos, só que agora com mais um julgamento previsto para o próximo dia 13 de dezembro no Fórum de Cuiabá.
O CORPO – Elisângela foi encontrada morta no dia 24 de novembro de 1994, três dias depois de ser sequestrada, conforme consta do processo, numa sexta-feira, 21 de dezembro de 1994. O corpo dela foi encontrado coberto com galhos com folhas morta na Chácara Pedra 90, na Linha 04A, nº 25, Estrada do Aricá, região do bairro Pedra 90, na zona urbana da Capital, com crueldade. A vítima apresentava corte no punho direito com lesões de tendões e vasos, feridas feitas com instrumento corto contundente, sem nenhuma chance para a defesa da pequena vítima.
OS AUTOS – Constam nos autos do processo, que dias antes do sequestro, "Casé" que trabalhava às proximidades da casa da estudante, no bairro Duque de Caxias, passou a manter contato a estudante. E para conquistar sua confiança, ofereceu para ela de maneira gratuita, um curso de inglês. Entusiasmada, Elisangela contou para a mãe que um homem (Casé") lhe ofereceu o curso de inglês, com receio e para a segurança da filha, a mãe não aceitou. A estudante tentou convencer os irmãos para estudar com ela para convencer a mãe a aceitar que ele fizesse o curso de inglês.
Foi assim que no dia 21 de outubro Elisângela foi sequestrada, estuprada e morta. Ela saiu de casa para ir a uma escola de datilografia na Praça santo Dumont, na área central de Cuiabá, e ao sair se encontraria com os dois irmãos para juntos irem até a escola de inglês oferecido por Casé. Só que ela saiu da escola, mas não conseguiu chegar encontrar um dos irmãos, que se atrasou mais de 30 minutos, e quando chegou não encontrou mas Elisângela, dada como desaparecida desde então.
Quem encontrou o corpo de Elisângela foi o sargento aposentado da Polícia Militar (PM), Arlindo Montenegro Montenegro Guimarães, que morava no bairro pedra 90 e fazia segurança de chácaras na mesma região onde o corpo foi encontrado. O cadáver estava camuflado em frente à chácara de Casé, localizado à cerca de 350 metros de uma lagoa, onde "Casé", segundo as investigações, costuma frequentar e fazer farras sexuais com mulheres.
A perícia constatou e confirmou que a menina Elisângela foi encontrada nua, de bruços, quando foi estuprada antes de ser assassinada, pois os peritos confirmaram em laudo pericial que a vítima, uma menina muito magra apresentava visível destruição do canal vaginal, o que segundo a perícia, comprova que a estudante foi abusada sexualmente antes de ser assassinada.
Segundo ainda consta nos autos do processo criminal, o acusado "Casé", vinha assediando a menina antes dela desaparecer e aparecer morta às proximidades da chácara dele, com acesso fácil através de uma estrada que passa ao lado da propriedade do acusado. Só que, em todos os seus interrogatórias na Polícia Civil (PC) em dezenas de vezes, e seus depoimentos à Justiça, "Casé" sempre negou a autoria do crime.
Autor: Téo Gomes com Diario de Cuiabá