O carnaval é festa e diversão garantida. Em diferentes municípios de Mato Grosso, as pessoas vão aproveitar os dias de folia e, por vezes, surgem novos relacionamentos. Mas, numa relação mais íntima também deve existir consciência e prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis, as chamadas ISTs. O alerta vale para a vida inteira, mas é nesse período do ano que as campanhas de prevenção se intensificam e as autoridades públicas ligadas à área da saúde reforçam a importância dos preservativos.
Tanto que a Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) distribuiu aos 141 municípios 2 milhões de preservativos para serem disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à população, como forma de reforçar a prevenção, inclusive, de novos casos da doença Aids e do vírus HIV, durante o período de carnaval. De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), as ISTs aumentam em até 18 vezes a chance de infecção pelo HIV/Aids.
Isso porque as infecções sexualmente transmissíveis geralmente causam lesões nos órgãos genitais, o que aumenta a vulnerabilidade para a pessoa adquirir o HIV, por meio do contato com secreções e sangue. Sem contar que as ISTs, como sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo, podem causar malformações de feto e, inclusive levar ao óbito, entre outras complicações. As infecções transmitidas por relação sexual são causadas por dezenas de vírus e bactérias durante o contato sexual, sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada.
Por isso, a importância de reforçar constantemente a necessidade de proteção, incentivando o uso de camisinha, principalmente durante o carnaval. “A prevenção ainda é a melhor conduta para se evitar a infecção e para isso o estado de Mato Grosso, bem como seus 141 municípios trabalham no sentido de ofertar a testagem e os insumos de prevenção a toda população”, orienta a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Ses-MT, Viviane Cardozo Modesto, por meio da assessoria de imprensa.
DADOS – Em Mato Grosso, conforme dados da Ses, a realidade da epidemia do HIV/Aids mostra aumento nos casos de HIV nas faixas etárias mais produtivas, dos 20 aos 39 anos de idade, no sexo masculino, com escolaridade fundamental incompleta, sugerindo que o aumento nas notificações pode estar relacionado ao diagnóstico precoce e ao tratamento em tempo oportuno. A análise dos dados também mostra o aumento em relação à infecção em gestantes.
Além isso, o Estado tem apresentado aumento do coeficiente de detecção durante o período e a faixa etária tem demonstrado que mulheres mais jovens estão se infectando com o HIV. De acordo com dados epidemiológicos da Vigilância Epidemiológica do órgão estadual, no período de 2016 a 2019, houve o registro de 3.376 casos de Aids em adultos; no mesmo período 397 gestantes foram infectadas pelo vírus HIV.
As estratégias que buscam aumentar a imunidade e diminuir a carga viral das pessoas que vivem com o HIV ou com a doença Aids, estão relacionadas à prevenção combinada e que a adesão desse indivíduo é fundamental para chegar à indetectável (quando o vírus no sangue chega a níveis muito baixos) e assim, não transmitir o vírus. “Estimativas globais sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) relatam que 37,9 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com esse vírus e 770 mil pessoas em todo o mundo morrem de doenças relacionadas à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) (UNAIDS, 2019)”, informou por meio da assessoria.
Em 2018, havia 37,9 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo, destas 1,7 milhões são crianças menores que 15 anos. Estimam-se ainda que 1,8 milhões de pessoas não conhecem seu estado sorológico (UNAIDS, 2019). Ainda segundo o UNAIDS, 2019 em todo o mundo, semanalmente, cerca de 6.000 jovens entre 15 a 24 anos são infectadas pelo HIV.
Autor: Joanice de Deus com DiariodeCuiabá