Um inquérito civil público foi aberto pelo Ministério Público para apurar se o prefeito de Pau D’Arco, João Batista Neto (Progressistas), praticou ato de improbidade administrativa ao chamar um idoso que mora na cidade de "velho cachorro" e dizer que ele não teria direito a benefício.
Nesta sexta-feira (10), o prefeito disse à nossa reportagem que usou uma força de expressão e tem o hábito de chamar as pessoas de "cachorro e animal" enquanto está conversando.
O caso ganhou repercussão nesta quinta-feira (9) após um áudio do prefeito vazar em um aplicativo de celular. De acordo com o MPE, o gestor municipal ofendeu o morador Jair Romão durante conversa com uma servidora da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Na conversa, o prefeito queria saber sobre as pessoas que estariam aptas para receber o auxílio emergencial do governo federal, no valor de R$ 600. João Batista disse que o idoso não precisava do benefício porque estaria em uma suposta lista de beneficiários de cestas básicas.
O morador Jair Romão afirmou ao MPE que não recebe nenhuma assistência social do município, com exceção da assistência à saúde e a aposentadoria por idade. O idoso disse que sentiu um “grande abalo emocional” ao descobrir sobre a ofensa. "O Estatuto do Idoso é claro ao garantir punibilidade a quem violar qualquer direito da pessoa idosa, seja por ação ou por omissão", afirmou o promotor Caleb Melo.
Além de instaurar o inquérito, o promotor também requisitou que a Secretaria Municipal de Assistência Social envie a lista de beneficiários de cestas básicas nos últimos 12 meses, pois o idoso negou receber os alimentos.
O que diz o prefeito - Em conversa com nossa reportagem nesta sexta-feira (10), o prefeito disse que não quis ofender o morador. "Eu não tive a menor intenção de ofendê-lo. Eu tenho o hábito de estar conversando e falar fulano aquele cachorro ou aquele animal. Isso é uma força de expressão que a gente usa, mas vocês veem no áudio que eu não tive a menor intensão de ofender nem ele nem ninguém. Isso não é do meu feitio. As pessoas , quando se fala em política é uma coisa, politicagem é outra totalmente diferente. As pessoas distorcem, levam para onde querem", afirmou.
O prefeito disse ainda que o objetivo era que apenas as pessoas que realmente tivessem necessidade recebessem as cestas básicas. "Eu não tive a intenção de discriminar ninguém e muito menos de deixar alguém sem receber [a cesta básica]. O que eu não gosto é de injustiça, tipo as pessoas receberem sem necessidade. As vezes fica alguém com muita necessidade sem receber. Minha intenção é de atender a todos que realmente tem a necessidade de receber o benefício", afirmou.
Autor: AMZ Noticias com G1