Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Relatório aponta que o número de barragens em estado crítico no país cresceu 129%




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Um relatório de Segurança de Barragens (RSB 2019) publicado na última segunda-feira (31/08) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) apresenta um aumento de 129% do número de barragens classificadas como críticas no país.

Diferente do RSB 2018, a maior parte dessas estruturas identificadas como críticas (63%) pertence a empreendedores privados. A fiscalização se deu no mesmo ano do crime ambiental da mineradora Vale, em Brumadinho, com o rompimento da Barragem I da mina Córrego do Feijão, que resultou em 270 vítimas fatais e mais de 40 mil pessoas afetadas.

A publicação aponta que no mesmo ano houveram 12 relatos de acidentes e 58 incidentes com barragens em 15 estados – maior quantidade de registros desse tipo em relação aos Relatórios anteriores. Outro ponto que preocupa é em relação ao Dano Potencial Associado (DPA), que indica 7.257 estruturas classificadas com possível dano a ser causado para infraestruturas e populações abaixo da barragem em caso de rompimento.

Apesar dos esforços e apelos da sociedade, os impactos socioambientais causados por tragédias como a de Brumadinho (2019) e Mariana (2015), ambas no estado de Minas Gerais, não podem ser completamente mensurados devido a violenta interferência nas inter-relações presentes em um ecossistema e nas culturas humanas envolvidas.

Entre os efeitos mais imediatos e visíveis estão a contaminação do solo, dos rios, escassez hídrica, diminuição da pesca, do comércio, do turismo e também da diversidade cultural e espiritual de alguns povos, como do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, que assistiu a “cerimônia sem enterro” do seu sagrado rio Paraopeba ou do povo Krenak, obrigados a trocar o banho de rio por um banho em caixas d'água após o rompimento da barragem de Fundão em Mariana, culturas centenárias interrompidas pela ganância.

Além disso, as 10 escolas e mais de 1,5 mil edificações que estão no caminho da lama em caso de rompimento de barragens da Vale em MG, como indicam mapas apresentados pela Repórter Brasil em julho de 2020, reforçam o caráter de urgência que essa questão requer para evitarmos futuras tragédias.


Autor: AMZ Noticias com Repórter Brasil


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