Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

A 'conta-gotas' Ministério do Transportes libera mais um trecho duplicado da BR-163




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Principal corredor de escoamento de commodities agrícolas do Brasil, o trecho da BR-163 que liga Cuiabá a Rondonópolis (212 km ao Sul) depende da construção do contorno de Jaciara (148 km ao Sul da Capital) e da conclusão das obras no perímetro urbano da Capital para sua total duplicação, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Nesta semana, a autarquia do Ministério dos Transportes liberou ao tráfego o contorno de São Pedro da Cipa, com 2,6 quilômetros. O restante da obra continuará em 2021, mas nem mesmo o superintendente do Dnit em Mato Grosso, Orlando Fanaia, sabe quando será concluído.

Uma duplicação no "conta-gotas". Assim é a obra na BR-163, que, entre Cuiabá e Rondonópolis, é coincidente com a BR-364, e em parte do trajeto de 198 quilômetros, também com a BR-070. Por essa rodovia cruzam, diariamente, nos dois sentidos, 15 mil veículos pesados, além de outros dois mil veículos leves.O primeiro segmento pavimentado foi a Serra São Vicente, numa extensão de 12 quilômetros, construídos por etapas que começaram há 15 anos.

Em março de 2014, a Construtora Odebrecht, representada por seu braço na área, a Odebrecht TransPort, dona da Rota do Oeste, venceu a licitação para explorar, por 30 anos, a BR-163 em Mato Grosso, numa extensão de 850,9 quilômetros, compreendidos entre a divisa com Mato Grosso do Sul, no município de Itiquira (357 km ao Sul de Cuiabá), e o trevo com a MT-220, em Sinop (500 km ao Norte).

A licitação foi generosa com a Odebrecht. O Governo definiu que pavimentaria 400 quilômetros no sentido Sul-Norte, pois esse trecho já estava licitado. A Odebrecht TransPort concluiria o restante, em cinco anos, investindo R$ 5 bilhões. Mais: ao longo da obra, seria cobrado pedágio.Transcorridos quase sete anos, a pavimentação de responsabilidade da concessionária no saiu do papel.

Alegando os impactos sofridos com a Operação Lava Jato, a Odebrecht entrou com pedido de recuperação judicial de R$ 65,5 bilhões, na Justiça de São Paulo, no ano passado. Diretamente, a Rota do Oeste, que explora a concessão, não foi atingida, pois a Odebrecht TransPort, que a controla, ficou fora da lista apresentada para a recuperação, mas, ainda assim, a palavra recuperação virou barreira para o avanço da obra rumo a Sinop.

A Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), órgão ligado ao Ministério dos Transportes, tem o poder concedente e é responsável pela fiscalização para o cumprimento das obrigações contratuais, mas, nesse caso, o famoso jeitinho brasileiro prevalece.A Rota do Oeste finge que pavimenta e a ANTT finge que vê a obra. Enquanto isso, o Dnit leva adiante o trecho que lhe cabe fazer a duplicação.

Parte do trajeto entre Cuiabá e Rondonópolis foi executado em pavimento rígido, que é mais resistente, seguro e requer menos manutenção, no comparativo com o tradicional asfalto CBUQ (concreto betuminoso usinado a quente).Três praças de pedágio foram instaladas no percurso, onde também operam três postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A duplicação retirou o trânsito de longa distância de São Pedro da Cipa e Juscimeira, mas cruza Jaciara e as vilas de Olho D’Água (de Santo Antônio de Leverger), Placa Santo Antônio e Santa Elvira (ambas de Juscimeira) e Alto Boa Vista (de Rondonópolis). Um contorno também afastou a rodovia do pátio do campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFMT), instalado entre os municípios de Santo Antônio de Leverger e Campo Verde.

Em Rondonópolis, são muitos os que perderam parentes, amigos, colegas de trabalho e conhecidos em acidentes na BR-163, que, segundo da PRF, no trecho entre aquela cidade e Cuiabá, tinha o maior índice de colisões frontais nas rodovias federais.

Além da redução dos acidentes, a duplicação diminui o tempo da viagem entre as duas cidades. Antes, em razão do trânsito lento de bitrens e carretas, a duração média para cruzar o percurso era de três horas e meia. Após a obra, caiu para duas horas, com a vantagem da segurança oferecida pela pista dupla.


Autor: AMZ Noticias com Diário de Cuiaba


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