Em Cuiabá, a taxa de incidência da Covid-19 é mais elevada entre a população na faixa etária dos 30 a 39 anos. Mas, os índices em crianças, adolescentes e jovens de 20 a 29 anos foram as que mais cresceram, desde a primeira semana de janeiro deste ano, atingindo percentuais de 81,4, 96,8% e 70,9% nos três primeiros meses respectivamente, evidenciando aumento superior do risco de infecção nesses grupos etários quando comparado com os demais.
O risco também é maior para o sexo feminino com incidência de 12.215 casos por 100 mil habitantes, quando comparado ao masculino, com 10.430,3/100 mil pessoas. Dados como estes constam no boletim epidemiológico sobre a doença, divulgado nesta semana pela Secretaria Municipal de Saúde.
Elaborado em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o estudo traz dados desde 4 de março de 2020 a 10 de abril deste ano. Até então, o Brasil acumulava 13.445.006 casos e 351.334 mortes.
No período, também houve o crescimento acelerado dos casos no país, o que resultou na elevação da taxa de ocupação de leitos das unidades de terapia intensiva (UTI) e célere aumento dos óbitos por Covid-19.
As regiões Sul e Centro-Oeste do país são as que apresentam um cenário mais crítico, considerando incidência e mortalidade, agravado pela saturação dos sistemas de saúde em seus estados. “Com cerca de 327 mil casos confirmados e mais de 9 mil óbitos registrados até 10 de abril, Mato Grosso é uma das unidades da Federação que segue com tendência de aumento da incidência e da mortalidade”, aponta o boletim.
Em Cuiabá, foram registrados 70.085 casos de residentes, sendo 92,7% recuperados; com 6.409 internações e 2.306 mortes. Somente na última semana, foram notificados 937 casos e 117 óbitos. “Vinte e uma capitais estavam com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos iguais ou superiores a 90%, sendo em Cuiabá, 98%”, acrescenta.
Ainda segundo o boletim, entre os pacientes residentes em Cuiabá internados em decorrência da infecção e vieram a óbito, 65,9% ocuparam leitos de UTI e 64,9% estiveram em leitos de UTI desde o momento da internação. Também aproximadamente 41,2% dos idosos, 16,5% dos adultos, e 9,9% das crianças e adolescentes internados por Covid-19 foram a óbito. “Desde dezembro de 2020 tem se registrado o aumento de mortes e esse padrão tem persistido até esta última semana de abril de 2021”, revela.
Diante do quadro epidemiológico e da sobrecarga da rede de assistência na Capital, os responsáveis pelo documento reconhecem que “é essencial ampliar e fortalecer as medidas de distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos, promulgadas desde o início da pandemia como medidas preventivas eficazes contra a Covid-19”.
“Medidas mais rígidas de restrição da circulação e das atividades não essenciais bem como a testagem oportuna de casos suspeitos e seus contatos são necessárias. Para além dessas medidas e igualmente imprescindível é a urgente aceleração da vacinação na Capital”, alertam.
OUTROS DADOS - Mato Grosso registrou mais 94 mortes causadas pelo coronavírus em 24 horas. Nesse mesmo período, foram notificadas 2.209 novas confirmações de casos da doença no Estado. No total, até agora, já são 8.865 mortes causadas pela Covid-19. A Secretaria de Estado de Saúde notificou, até a tarde de quarta-feira (14), 336.300 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso.
Dentre os dez municípios com maior número de casos estão: Cuiabá (71.594), Rondonópolis (25.121), Várzea Grande (21.805), Sinop (17.160), Sorriso (12.197), Tangará da Serra (11.322), Lucas do Rio Verde (10.900), Primavera do Leste (9.701), Cáceres (7.237) e Alta Floresta (6.454).
Já 31 cidades registram classificação de risco muito alta para o coronavírus. São eles: Alto Taquari, Araguaiana, Araguainha, Brasnorte, Cáceres, Campo Novo do Parecis, Canabrava do Norte, Canarana, Curvelândia, Diamantino, Figueirópolis, Guarantã do Norte, Lucas do Rio Verde, Marcelândia, Mirassol D’Oeste, Novo São Joaquim, Paranaíta, Planalto da Serra, Poconé, Ponte Branca, Porto Estrela, Poxoréu, Querência, Santa Terezinha, Santo Afonso, Santo Antônio do Leste, São José do Povo, São José do Xingu, Sapezal, Tangará e Torixoréu. As demais têm risco alto.
Autor: Joanice de Deus com DiáriodeCuiaba