Jornal da Notícia
  Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Enquanto o Norte Araguaia clama por �médicos importados� Cuiabá faz protestos




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O fato causado pela ‘importação’ de médicos estrangeiros para o Brasil, principalmente de Cuba e Portugal, proposto pelo governo federal, parece ter deflagrado uma crise dentro do setor  da  saúde publica, considerado o mais complexo do país.

Na capital de Mato Grosso, como em outros grande centros, a grande parte dos conselhos de medicina, condenam a proposta do governo federal de “importar” médicos estrangeiros para trabalhar no interior do país, prefeituras e a população de regiões como o Norte Araguaia,  continuam alimentando  isto como uma das poucas  possibilidades de por fim à crônica falta destes profissionais nos pontos mais remotos do Estado.

No ultimo sábado dia 25/05, pelo menos 300 médicos participaram do ato público “Revalida, Sim!”, pelas ruas da área central de Cuiabá, com concentração na Praça Alencastro, defronte à sede da Prefeitura Municipal.

O protesto foi organizado por cinco entidades da área de saúde.

Pela proposta do Ministério da Saúde, o governo pretende validar automaticamente os médicos estrangeiros para atender no País, durante o prazo máximo de três anos. A justificativa federal seria a de suprir a falta de médicos na rede básica de atendimento.

Algumas cidades do interior principalmente no Norte Araguaia, e em especial as mais distantes da Capital, chega-se a oferecer salários de até R$ 40 mil para médicos como forma de atraí-los e fixá-los. E, muitas vezes, os municipios não conseguem.

O município de Novo Santo Antônio (1.063 km a nordeste de Cuiabá) durante os três últimos meses de 2012 ficou sem um médico que pudesse atender seus moradores.

De acordo com o prefeito Eduardo Penno, durante o período o município teve que realizar diversas remoções de emergência para a cidade vizinha, que fica a 350 quilômetros de distância, sendo 100 de estrada de chão.

“As remoções são muito caras. Tivemos, inclusive, que fazer duas remoções aéreas, em um dos casos o paciente não resistiu e, infelizmente, morreu” afirmou o prefeito.

No manifesto de sábado, os profissionais gritavam palavras de ordem, como “Médicos na rua, Dilma, a culpa é sua!” ou mesmo “Revalida, Sim!”, como parte de um movimento nacional contrário à ‘importação’ de médicos estrangeiros para o Brasil, principalmente de Cuba e Portugal, proposta pelo governo federal.

Atualmente estão em plena atividade no Brasil 4.534 médicos estrangeiros, que passaram pela revalidação nos últimos 12 anos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) argumenta que, em Mato Grosso, 51% dos médicos estão concentrados na Capital e apenas 49% atendem aos municípios. Mesmo com maiores salários, o desinteresse dos médicos pelo interior do Estado se dá, na avaliação do Sindimed, pela falta de materiais básicos para procedimentos médicos.

Durante o protesto, os manifestantes seguravam diversas faixas em que se lia: “Não faltam médicos, faltam condições de trabalho e carreira digna”; “Para atender brasileiros, só revalidando diploma” e “Presidente Dilma, o Brasil não precisa de mais médicos, precisa de um Ministério da Saúde competente”, entre outras.

 

Editoria com Olhar Direto/Diário de Cuiabá

 


Autor: Jornal da Noticia


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