O deputado Valtenir quer que o governo federal insira nos programas sociais e de habitação as 7 mil famílias despejadas da terra indígena Marãiwatsédé. Ele esteve na região e registrou imagens da situação degradante dos posseiros. As imagens mostram as famílias morando debaixo de lonas, em situação desumana. Muitos têm sofrido até problemas cardíacos e neurológicos em virtude da maneira como foram retirados da antiga Gleba Suiá Missú. Para sensibilizar a União, Valtenir apresentou requerimento em que convoca 4 ministros a apresentarem um plano de ação.
O documento requer que os ministros do Desenvolvimento Agrário, Gilberto Vargas, do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, da Secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário, prestem informações acerca do plano de ação e das providências que estão sendo adotadas por parte do governo federal para minimizar a angústia e o sofrimento das famílias de trabalhadores.
Para o parlamentar, a existência dos direitos dos índios não pode ignorar que existem comunidades que são compostas por pessoas com direito incontestável à dignidade humana. "A dignidade humana deve ser igual para índios e não índios. Ela deve ser igual para todos e respeitada por todos. Se o governo federal, via Funai, teve o trabalho de proteger o direito da comunidade indígena, também teria que ter tido o mesmo trabalho para mitigar os efeitos da desintrusão e não jogar no relento as famílias da Gleba."
"Sem medo de errar, afirmo que são cinco os sentimentos que invadem cada uma das sete mil pessoas despejadas das terras: injustiça, tristeza, desalento, impotência e abandono. Essas pessoas estão sendo tratadas como cidadãos de segunda classe, como se isso fosse permitido no estado democrático de direito", descreve o deputado.
Valtenir ainda destaca que o relato dessas famílias é algo chocante. "O material que nós coletamos e acostamos em anexo aos ministros, dá a exata dimensão do drama social vivido pelos não índios quando tiveram, sob forte pressão policial, violência e ameaças dos representantes do governo federal, que sair corridos das terras há muito ocupadas por eles para o seu sustento".
Autor: Jornal da Noticia com Assessoria