Pedro Santos Dias e Valdivina de Jesus, ambos da região sul do Brasil, depois de 57 anos de casados na igreja registraram ontem, dia 11 de julho a união do casal no cartório aqui de Vila Rica.
Valdivina hoje tem 74 anos de idade, natural da cidade de Ourilândia - Paraná e Pedro de 76 anos, nasceu em Soledade - Rio Grande do Sul. Em entrevista concedida a Rádio Comunitária Eldorado FM contaram um pouco da história dos dois, que segundo eles no início não foi fácil.
Perguntado sobre como os dois se conheceram, Pedro conta aos risos que conheceu Valdivina quando tinha 19 anos de idade, ela na época tinha 17. E mesmo o pai de Valdivina não aceitando o relacionamento, os dois namoraram 3 meses, depois resolveram fugir para outra cidade, ambos fizeram 3 tentativas de casamento em 7 dias , porém sem sucesso, mais como o amor dos dois sempre foi muito forte eles não desistiram e conseguiram casar-se na igreja.
Valdivina e Pedro têm 09 filhos biológicos e um adotivo e entre netos, bisnetos e tataranetos soma-se hoje, 43 descendentes do casal.
Pedro e Valdivina em Vila Rica:
Em 1983, o casal deixou o sul do país, mudança de clima, de cidade, de rumos, de vida.
Pedro e Valdivina desembarcaram em Vila Rica, interior de Mato Grosso, cidade com clima quente, porém muitas dificuldades a enfrentar, pois aqui era somente um povoado, eram promessas de terra e fartura.
Chegando aqui, adquiriram uma posse de terra para começar a vida. Segundo eles, passaram por epidemias de febre amarela, doença que predominava na época e tantas outras dificuldades. Anos depois mais estabilizados na região resolveram vender a terra e comprar uma casa na cidade para cuidar mais um do outro, já que as idades não mais lhes permitiam trabalhar com a terra.
Com os filhos já criados, os quais também formaram família, os dois vivem felizes e ainda esbanjam saúde com a idade avançada.
E como diz Carlos Drummond de Andrade no poema Ao Amor Antigo:
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Autor: RadCom Eldorado FM