A delatora Marisol Castro Sodré, ex-servidora da Assembleia Legislativa, lotada no gabinete do ex-deputado José Riva e também envolvida na Operação Célula Mãe, que apura o desvio de R$ 1,7 milhão dos cofres do Legislativo por meio da chamada Verba de Suprimentos, que era recebida por funcionários do gabinete e repassada para Maria Helena Ayres Caramelo fazer a distribuição, disse que se sente ameaçada desde que seu depoimento, prestado ao Ministério Público Estadual no dia 9 de fevereiro, vazou para a imprensa.
O temor revelado por Marisol à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na última sexta-feira, diz respeito ao fato de ter se tornado público que ela, de forma preventiva, optou por fazer um acordo de delação premiada contando como funcionava todo o esquema de captação e distribuição da verba de suprimento, afim de aliar uma pena que possa lhe ser imputada futuramente.
“Eu estranhei muito. Prestei depoimento e entreguei vários documentos num dia, no outro estava tudo na imprensa. Como houve esse vazamento? Agora meu nome está aí, rodando na imprensa, me sinto ameaçada por isso, pela falta de sigilo”, disse.
Ainda Assim, Marisol se manteve firme nas denúncias, principalmente no que diz respeito à deputada Janaína Riva que teria, ainda quando freqüentava o gabinete do pai, seja na presidência ou na primeira-secretária, juntamente com seu ex-marido, Luiz Carlos Azóia, recebido mensalmente a quantia de R$ 4 mil, dinheiro oriundo do esquema.
Em nota encaminhada à imprensa, a deputada Janaína Riva (sem partido), disse que vai entrar na Justiça contra Marisol para que ela prove que tenha pego algum dinheiro.
A parlamentar considerou rasteira as ações do Ministério Público, divulgando informações que ainda não foram confirmadas apenas com o intuito claro de lhe prejudica, “Tem muita gente boa no Ministério Público que faz um trabalho sério. Mas o Ministério Público vem sendo utilizado de modo politiqueiro e não vou aceitar que nenhuma voz tente calar o trabalho que venho fazendo na Assembleia Legislativa”, disse a deputada, na nota.
Autor: Luis Acosta com Gazeta Digital