Em sessão ordinária marcada pela polêmica e muita confusão, a Câmara de Vereadores de Várzea Grande não aprovou, por pouco, o afastamento preventivo por 90 dias da prefeita Lucimar Sacre de Campos (DEM). Dos 21 parlamentares no plenário na noite de hoje, 13 se posicionaram favoráveis a saída temporária da esposa do ex-senador Jaime Campos, enquanto que que oito defenderam a permanência.
A Constituição Estadual prevê que, neste caso, seriam necessários 14 votos para o afastamento. Ou seja, faltou apenas o voto favoravel de um parlamentar para que a cidade amanhacesse nesta quinta-feira com um novo prefeito, no caso, o vice Arílson Costa de Arruda (PSD).
Ao todo, o Legislativo utilizou-se de 11 denúncias contra a gestão da democrata para solicitar sua saída do comando da "cidade industrial". O pastor evangélico Oneir Brito, que é suplente de vereador, entrou com uma representação no Legislativo acusando Lucimar de cometer atos seguidos de improbidade administrativa e citou o fato de Jaime Campos atuar na linha de frente da gestão despachando com líderes de segmentos organizados comentendo crime de usurpação pública.
Já a ex-presidente do Sintep (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público) de Várzea Grande, Maria Aparecida Cortez, apresentou uma denúncia na secretaria de Educação sobre o suposto favorecimento a empresa Traço Arquitetura em licitações na pasta. Também chegou a ser solicitado o afastamento do vereador Hilton Gusmão (PMB) pelo fato do filho dele ser investigado pela suspeita de usado diploma falso para assumir a função de odontólogo na rede de saúde da cidade.
Os pedidos de afastamento da prefeita foram lidos pelo vereador Pedro Tolares (SD). O parlamentar baseou a saída da prefeita na Lei Estadual que diz que "o prefeito poderá ser afastado liminarmente de suas funções, em qualquer fase do processo, por decisão de dois terços dos integrantes da Câmara Municipal, quando o Executivo impedir a plena apuração dos fatos ou quando se tratar de ilícito continuado".
Os parlamentares que votaram pelo afastamento de Lucimar foram Jânio Calistro, Miguel Baracat, Valdir Bento, Mirian Pinheiro, Hilton Gusmão, Fábio Saad, Chico Curvo, Kalil Baracat, Joaquim da Alameda, Missionário Brito, Pedrinho, Ivan do PT e Maninho de Barros. Já os contrários são João Maadureira, Sumaia Mayer, Joãozito de Barros, Ferrinho, Gordo Goiano, Nana, Leonardo Mayer e Nilo Campos.
Apesar de escapar na noite de hoje de afastamento, a situação segue tumultuada na cidade. A Câmara instalou na semana passada uma Comissão Processante contra a prefeita para investigar fraudes na aquisição de medicamentos na secretaria de Saúde.
Autor: Cláudio Moraes com FolhaMax