S�bado, 04 de Maio de 2024

Silval comprou fazenda em sociedade com Riva, usando dinheiro de propina no negócio




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Em depoimento no dia 25 de abril na Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Administração Pública, o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva (sem partido), revelou a compra de uma fazenda no ano de 2010 em sociedade com o ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB) na cidade de Colniza. As declarações foram dadas no inquérito policial relacionado a "Operação Sodoma" que investiga desde setembro do ano passado casos de corrupção no palácio Paiaguás e obtidas com absoluta exclusividade pelo FOLHAMAX.

Riva prestou esclarecimentos após o empresário Willians Mischur, dono da Consignum, ter revelado que repassou cerca de R$ 2,5 milhões ao ex-parlamentar a mando de Silval. Aos delegados Márcio Moreno Vera e Alexandra Fachone, o ex-deputado explicou que "tratou diretamente o negócio" com o ex-chefe do palácio Paiaguás sendo que cada um ficou com 50% da área no extremo norte de Mato Grosso.

Riva colocou a sua parte da fazenda denominada de Agropecuária Bauru em nome da empresa Floresta, de propriedade de seus filhos e sua esposa, Janete Riva. Já Silval teria usado o nome do advogado Eduardo Pacheco, que seria seu parente e morador na cidade de Cianorte, no estado do Paraná, para colocar a sua parte da propriedade.

Segundo o ex-presidente do Legislativo, a fazenda seria paga em três parcelas anuais. No entanto, nos anos de 2011 e 2012, Silval não honrou o compromisso financeiro, sendo que Riva acabou "pagando a parte que cabia" ao ex-governador no valor de R$ 2,5 milhões.

Riva revelou que em meados de 2014, quando decidiu disputar o palácio Paiaguás, procurou Silval para cobrar o débito. Neste momento, o ex-governador disse ao ex-parlamentar que "um pessoa de nome Willians iria lhe procurar para quitar a dívida e que nesta ocasião Silval Barbosa não disse nada sobre quem era esta pessoa e qual sua relação com o Governo".

Ainda de acordo com Riva, após alguns dias, o empresário Willians e o bacharel em Direito, Thiago Dorileo, lhe procuraram em sua casa no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. Neste encontro, o dono da Consignum afirmou que "Silval havia determinado que ele fizesse o repasse de R$ 2,5 milhões".

Ainda de acordo com o depoimento de Riva, Willians teria proposto quitar o valor em cinco pagamentos de R$ 500 mil entre setembro de 2014 e janeiro 2015. Neste primeiro encontro, apesar da negociação, não houve o repasse de valores.

CHEQUES DESCONTADOS

Riva ainda contou que dois dias após, Willians, Thiago e o ex-secretário de Administração, Pedro Elias Domingos Mello, estiveram novamente em sua residência para confirmar o pagamento da dívida de Silval. Neste dia, segundo Riva, Willians estava "inseguro em fazer o repasse e ter seu contrato com o governo rescindido sendo que já pagava esse valor mensal ao governador pela manutenção do contrato".

Riva afirmou ainda que não sabe se o dono da Consignum entregou valores para outras pessoas como servidores da SAD, no caso os ex-secretários adjuntos José Nunes Cordeiro e Cláudio Nogueira. O ex-deputado admitiu que Willians Mischur "estava inseguro em dar cinco cheques de R$ 500 mil e então ficou combinado que a dívida seria quitada em dinheiro e cheques menores".

O ex-parlamentar detalhou que pegou diretamente R$ 500 mil com o empresário na sede da Consignum. Riva ainda contou Thiago Dorileo e o empresário Celson Bezerra, que está preso desde novembro do ano passado em decorrência da "Operação Ararath" após tentar esconder documentos de policiais federais, também receberam cheques para ele das mãos do empresário.

Segundo Riva, Celson Bezerra o ajudou a operar cheques recebidos da Consignum em empresas de factorings. "Afirma que a pessoa de Celso Preto também auxiliou a receber e trocar cheques recebidos não se recordando em quais factorings foram trocados. Contudo, afirma que não repassou nenhuma parte desse valor para Celson Bezerra", conclui.


Autor: Rafael Costa com FolhaMax


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