A presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desembargadora Maria Helena Póvoas, afirmou que as abstenções, votos brancos e nulos das eleições deste ano são a resposta da população ao jogo praticado pela “velha política”.
De acordo com a desembargadora, o alto índice de nulidade dos votos servirá para que os políticos façam uma reflexão sobre o uso de ataques na campanha, principalmente na propaganda eleitoral.
“É preciso também que os candidatos reflitam sobre o índice de abstenção e votos brancos, que foi muito alto. O político precisa refletir até que ponto o “modus operandi” está se voltando contra eles, porque me parece que está. O político, hoje em dia, tem que pensar muito antes de jogar uma propaganda no ar” disse.
Em Cuiabá, neste segundo turno, as abstenções somaram 104.235, ou seja, 25,11% dos eleitores não votaram. Os votos brancos totalizaram 12.909 (4,15%). E 36.594 (11,77%) eleitores anularam seus votos.
O mesmo levantamento, realizado no 1º turno, indicou que, ao todo, as abstenções, os votos brancos e os nulos totalizaram 127.987 em Cuiabá, ou seja, houve um aumento de 20% na segunda etapa das eleições.
A maior elevação observada, no comparativo entre os dois turnos, foi quanto aos eleitores que não compareceram às urnas. A chamada abstenção somou 26,1% a mais no ultimo domingo (30).
“Campanha tranquila”
Embora a campanha na capital tenha sido marcada pelo embate judicial entre os candidatos Emanuel Pinheiro (PMDB) e Wilson Santos (PSDB), a presidente do TRE-MT avaliou que o pleito transcorreu dentro da normalidade esperada.
Para Maria Helena, as eleições deste ano podem ser classificadas como as mais tranquilas dos ultimos 10 anos no Estado. “Eu tenho a convicção que talvez seja a campanha mais tranquila que Mato Grosso já teve, tanto no 1º turno quanto no 2º turno. Nós não tivemos, como em outrora, polícia invadindo comitês, buscando trucagens feitas de última hora. Parece-me que este pleito foi o mais tranquilo dos últimos 10 anos”, afirmou.
Segundo a desembargadora, a participação do eleitor foi fundamental para garantir uma fiscalização efetiva. “O TRE procurou se municiar de ferramentas e também oferecer essas ferramentas ao eleitor para que ele pudesse denunciar. A sociedade respondeu ao nosso apelo”, disse.
Como resultado, conforme Maria Helena, os candidatos tiveram o cuidado de realizar uma campanha limpa, “Nós pedimos que o eleitor fosse os nossos olhos em cada bairro e ele respondeu com isso. Então, os candidatos também pensaram duas vezes antes de fazer traquinagem”, concluiu.
Autor: Erika Oliveira com MÃdia News