O trabalhador cuiabano pagou mais caro para se alimentar fora de casa quando comparado aos trabalhadores das outras capitais da região Centro-Oeste. Em 2016, Cuiabá encerrou o ano com o maior preço médio da refeição, conforme levantamento realizado pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert).
De segunda à sexta-feira, o cuiabano pagou por um almoço completo (prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café), R$ 30,72. O valor é uma média extraída dos sistemas comercial ou prato feito, autosserviço (refeição a quilo/preço fixo), prato executivo e à la carte. Nas outras capitais, os valores foram: Brasília, R$ R$ 30,66, Campo Grande, R$ R$ 28,65 e Goiânia, R$ R$ 29,66.
Na contramão, o Centro-Oeste, apresentou o segundo menor valor regional do país para a alimentação fora de casa, R$ 30,44, atrás apenas da região Norte, R$ 29,31. Ainda como destaca o levantamento, o valor médio de um almoço completo é R$ 2,50 mais barato do que a média nacional, que é de R$ 32,94.
Apesar de o Centro-Oeste ter o segundo menor valor médio de refeição quando comparado às demais regiões, a variação do preço de 2015 para 2016 foi de 14%, passando de R$ 26,73 para R$ 30,44, a maior observada em todo o país na comparação anual. Este número aponta para um aumento de preço acima da inflação, que foi de 6,29% em 2016.
De acordo com a pesquisa da Assert, a refeição comercial na Capital mato-grossense em 2016 era encontrada por R$ 27,57 em média, enquanto a de autosserviço (por quilo/buffet) R$ 29,81, o prato executivo por R$ 42,70 e o à la carte R$ 60,84.
Comparando os sistemas de serviço, o comercial mais do Centro-Oeste foi encontrado em Campo Grande, R$ 20,30. Já o de autosserviço mais em conta foi o de Goiânia, R$ 26,89. O prato executivo mais barato registrado pela pesquisa foi encontrado em Cuiabá, R$ 42,70 e o La carte mais acessível, em Campo Grande novamente, R$ 57,27.
Segundo Paula Cavagnari, diretora-presidente da ASSERT, a pesquisa considerou, para se chegar ao custo médio da refeição completa no Brasil de R$ 32,94, um preço médio de R$ 18,94 o prato, R$ 6,76 a sobremesa, R$ 4 a bebida e de R$ 3,25 o café. “As entrevistas resultaram no levantamento de 5.545 preços, aos quais foi aplicada uma média ponderada considerando os pesos na amostra do município e de cada sistema de refeição: comercial ou prato feito, autosserviço (refeição a quilo/preço fixo), prato executivo e à la carte”.
Dentre as regiões a Sul apresentou o custo médio mais caro da refeição completa a R$ 34,34. Já o Sudeste teve média de R$ 33,25, o Nordeste de R$ 31,82, Centro-Oeste de R$ 30,44 e o Norte de R$ 29,31.
Paula reforça ainda que com base no preço médio de R$ 30,44 na região Centro-Oeste, um trabalhador que na data da realização da pesquisa (novembro de 2016) recebia apenas um salário mínimo nacional (R$ 880), e não tinha o benefício do voucher-refeição, desembolsaria cerca de 76% de seu salário para se alimentar fora de casa durante sua jornada de trabalho, considerando 22 dias úteis, de segunda à sexta-feira.
O levantamento foi encomendado pela Assert ao Instituto Datafolha e a pesquisa foi realizada em 51 municípios, sendo 23 capitais, nas cinco regiões geográficas brasileiras entre os dias 11 e 28 de novembro de 2016. A entrevista envolveu 4.574 entrevistas com proprietários ou responsáveis pelos estabelecimentos.
Autor: Marianna Peres com Diario de Cuiaba