Pela primeira vez, desde que começou “sojar” comercialmente na década de 1990, o Pará entrou para o pelotão dos dez produtores e exportadores de soja mais dinâmicos do país.
De janeiro a julho deste ano, o estado exportou 656,01 milhões de dólares com essa commodity, que é uma das três mais valiosas doBrasil lá fora. O crescimento foi de 62% ante o mesmo período do ano passado. As informações foram levantadas com exclusividade pela reportagem responsável pela materia, que analisou dados pormenorizados da exportação sojícola nos primeiros sete meses deste ano.
Considerada o grão do século, a soja se esparrama pelo Pará notadamente nos municípios de Paragominas e Santana do Araguaia, sudeste do estado. Paragominas foi responsável por um quarto de toda a soja paraense exportada. No período foram gerados em Paragominas 172,46 milhões de dólares, mais que os 154,51 milhões processados por Barreiras, na Bahia, município famoso pela produção dessa commodity versátil, cuja leguminosa é aproveitada na produção de leite, molho, farinha, óleo e sustenta o mercado de ração animal.
O levantamento observou que o Pará deixou para trás Bahia (619,95 milhões de dólares), Maranhão (582,46 milhões) e Santa Catarina (569,99 milhões), que até ano passado venciam a corrida. Até Tocantins, maior produtor da Região Norte, está ameaçado. De janeiro a julho, o vizinho estado exportou 705 milhões de dólares em soja.
Em 2019, melhor ano até então da soja no Pará, o estado foi apenas o 12º maior exportador. Agora, é 9º. Por incrível que pareça, a pandemia melhorou os negócios envolvendo a soja porque, entre outros fatores, a China comprou o grão além do normal. Especialistas analisam que o país asiático se prepara para estocar soja diante de uma eventual segunda fase da guerra comercial com os Estados Unidos, um dos líderes mundiais na produção do produto.
O levantamento também apurou que a China é, de fato, a maior compradora da soja paraense. Nos primeiros sete meses de 2020, ela consumiu 242,41 milhões de dólares (37% das exportações). A Rússia (91,05 milhões), a Holanda (89,27 milhões) e a Espanha (67,77 milhões) vêm na sequência. O estado tem 23 clientes interessados na commodity paraense que mais cresce em valor e mercado.
Autor: AMZ Noticias com Zé Dudu