Cerca de 3,7 mil tartarugas foram soltas no rio Araguaia, norte do Tocantins, durante essa semana. Elas foram devolvidas à natureza após receberem cuidados de voluntários do projeto Quelônios, que atua em Xambioá.
O projeto existe há cerca de 25 anos e conta com ajuda de biólogos, bombeiros, faculdades, órgãos ambientais e outros voluntários. Todo ano é realizado um planejamento para o monitoramento do ciclo de vida das espécies. O trabalho é importante para preservação das tartarugas-da-Amazônia e das tracajá, que vivem, em média, 100 anos.
Em Xambioá, o Alípio Murici participa há sete anos como voluntário. Ele e a família abraçaram a causa. "Nós, da família Murici, vendo a necessidade de salvar as tartarugas da região, começamos no projeto. No início, nós soltamos pouco mais de 160 tartarugas, em torno de três ninhos encontrados. Hoje, devido à preservação, à conscientização e à fiscalização, nós estamos conseguindo soltar mais de 3.700 tartarugas". O monitoramento inicia na desova, depois, os filhotes passam um tempo em uma espécie de berçário até o dia da soltura.
"Eles [voluntário] identificam os locais endêmicos de reprodução dessas espécies e monitoram esses locais após a eclosão dos ovos. Fazem o cercamento, proteção e monitoramento contra predadores. Pegam as tartaruguinhas, levam elas para um viveiro e ali permanecem alguns meses fazendo a engorda, crescimento, até que elas tenham uma vantagem num ambiente natural. Evidentemente, que esse trabalho é campeão, já que está reintroduzindo, colocando e dando chances a espécie de sobrevivência, já que na natureza, a cada 100 tartarugas que eclodem, pelo menos uma vai virar um adulto ", explicou o biólogo voluntário Aníbal Sousa.
Autor: Redação AMZ Noticias